Ruy Barbosa
é município brasileiro do estado da Bahia, dentro da região da Chapada
Diamantina. Localiza-se na Microrregião
de Itaberaba e na Mesorregião do Centro-Norte Baiano, a como rampa de asa delta
e para a prática do ecoturismo. A cidade da carne do sol possui mais de 30 mil
habitantes. Sua economia está ligada ao pólo industrial de calçados existente
no município e à agropecuária, com destaque ao gado de corte. Possui uma área
de 2137,27 km².
História do Município
Primórdios
As primeiras penetrações do território
do atual município de Ruy Barbosa decorreram das entradas de bandeirantes
paulistas, chefiadas, entre outros, por Brás Rodrigues de Aragão, que,
chegando a salvador em agosto de 1671, logo se transferiram para cachoeira,
onde fixaram a base de operações contra os índios que, localizados na Serra do
Orobó, desciam sobre os estabelecimentos portugueses do recôncavo. Derrotados e
subjugados, os indígenas se dispersaram pelas matas do sul da capitania.
Mais tarde, livres das invasões
dos índios, essas terras se integraram nos vastos domínios, cento e sessenta
léguas, do mestre de campo Antônio Guedes de brito, que foi um dos primeiros a
iniciar a criação de gado e a estabelecer currais a partir da margem baiana do
rio São Francisco.
O desenvolvimento da pecuária nas
regiões do sertão foi estimulado pela carta régia de 1701 que só permitia a
criação de gado para além de uma faixa de dez léguas da costa: com isto, foram
procuradas as terras do mestre de campo,
que aforava “Sítios” de uma légua de extensão, a dez mil réis por ano.
Pelo alvará de 7 de agosto de
1768, o Conde de Avintes e 2° marquês de lavradios, D. Luís Antônio de
Almeida Portugal, resolvendo litígio entre o conselheiro Joaquim Inácio da
Cruz e sua sogra, dona Maria da Encarnação Correia, contra a viúva da Guedes
Brito, foi-lhes passada a carta de arrematação, sendo doadas e concedidas
sesmarias, em nome de el-rei, doze sítios dessas terras, citadas na jurisdição
da freguesia de Nossa Senhora da Rosário do Porto da cachoeira e compreensão entre
os rios Capivari e das Piranhas e as serras do Orobó e do tupim.
O conselheiro Joaquim Inácio da
Cruz e sua sogra tomaram posse das referidas terras em 19 de junho de 1769
seguindo auto lavrado pelo tabelião Antônio Nunes bandeira. Gaspar de Araújo
Pinto, segundo escritura pública lavrada em outubro de 1772 na cidade de
Salvador, adquiriu os ditos sítios por cem mil réis.
Com a morte deste, que teve o
inventário julgado em 1778, na vila de cachoeira, pelo juiz José Antônio Álvares de Araújo, as terras foram
entregues á sua viúva, dona Inês Maria de Oliveira e seus cinco filhos, sendo
que a divisão, foi ad-judicar à viúva, entre outros a fazenda “Brejo Grande da
Serra do Orobó”.
Ao capitão Inácio de Araújo Pinto
coube por testamento de dona Inês Maria de Oliveira a sucessão das terras da
fazenda Orobó Grande, onde iniciou com seus irmãos, juntamente com o senhor
Estevão de Azevedo, a construção de uma capela a qual de por pronta o senhor
Feliz Alves de Andrade, muito devoto de Santo Antônio, este cidadão.
Esta capela ainda existia até
pouco tempo no centro da Praça castro, tendo sido demolido pela situação de
ruína em que se encontrava.
Por morte do capitão Inácio
Araújo Pinto, ocorria em Cachoeira, em 1882, passaram as terras aos sobrinhos,
dentre os quais dona Maria Carolina de Oliveira Almeida, casada com Manuel
de Oliveira Mendes, visconde de itapicuru de Cima, a quem coube a fazenda
“Orobó Grande”.
Esta Propriedade foi vendida a
Antônio Francisco Pamponet, que passou a sisa em Camisão, a 25 de agosto de
1858, e por morte deste e de sua esposa, os filhos a dividiram, vendendo a
diversos compradores.
De um ponto de pouso de viajantes
que demandavam as lavras Diamantinas, surgiu a fazenda “Orobó Grande”, uma
rancheira, e em torno dela, uma pequena povoação que conservou esse mesmo
topônimo.
Já em 1884 foi essa povoação
elevada á freguesia com denominação de Santo Antônio dos Viajantes do Orobó
Grande, criado o distrito de paz de Orobó Grande, pela lei provincial 2.476, de
26 de agosto do mesmo ano canonizada em novembro pelo arcebispo D. Luiz Antônio
dos Santos, data de 9 de dezembro de 1884. O desmembramento dessa freguesia de
Nossa Senhora do Rosário do Orobó é de 11 de janeiro do ano seguinte à posse de
seu primeiro vigário, o padre ventura Esteves. Não foi rápido o seu
crescimento, poi só a 25 de junho de 191, pela lei 1022-a, é que foi criado o
município de Orobó, desmembrando de Itaberaba, e a povoação elevada a categoria
de vila. Deu-se a instalação oficial em 6 de outubro, construindo o município
de único distrito.
Séculos XX e XXI
Em 28 de Agosto de 1922, por força da lei
1.601, a Vila Orobó foi elevada à cidade com o nome de Ruy Barbosa, que foi
entendido do município pela cidade a lei 1637, 13 de agosto de 1923.
Pelo decreto 7.909, de 31 de dezembro
de 1931, foram criados os distritos de Lajedinho e Morro das Flores. É assim
que na divisão administrativa do Brasil, relativa a 1933 e nas divisões
territoriais de 1936 e 1937, bem como nos decretos-lei estaduais 10.724, de 30
de março de 1938, o município se apresenta constituído por quatro distritos:
Ruy Barbosa, Lajedinho, Morro das Flores e Paraíso. Conservada essa divisão no
decreto-lei estadual 141, de 31 de dezembro de 1931, retificado pelo decreto
estadual 12.978, de 1° de junho de 1844 apenas com a mudança de distrito de
Paraíso para Tapiraípe.
Em 1962, o distrito de Lagedinho
foi emancipado e tornou-se município.
Atualmente o município de Ruy Barbosa compõe-se da Sede, Distritos, Tapiraípe (Paraíso) e Morro das Flores e povoados de Santa Clara, Riacho Dantas, Zuca, Morro das flores, Caldeirão do Morro, Humaitá e Nova Conquista (Colobró).