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 08/12/2015 | IPM BRASIL

Seca castiga 151 cidades baianas


Seca castiga 151 cidades baianas

Perdas nas lavouras e dificuldades de abastecimento de água na zona rural levaram Feira de Santana (a 110 km de Salvador) a decretar situação de emergência devido à seca, que impacta, sobretudo, oito comunidades. Agora, o município espera o reconhecimento do estado e da União para receber ajuda no atendimento à população. 

A busca de recursos para viabilizar ações de enfrentamento à estiagem é, justamente, uma das principais missões do governador Rui Costa em Brasília hoje (leia mais ao lado). Na Bahia, 151 municípios já tiveram reconhecida, pela Superintendência de Proteção e Defesa Civil (Sudec), a situação de dificuldades de sobrevivência por causa da seca que atinge 1.512.220 pessoas.

Em Feira de Santana, a estimativa é que 40 mil estão com a vida prejudicada devido à seca nos últimos meses, com destaque para os distritos de João Durval Carneiro (Ipuaçu), Bonfim de Feira, Maria Quitéria, Humildes, Tiquaruçu, Jaíba, Jaguara e Matinha.

“Aqui (fazenda Crueira de Bonfim de Feira) não temos água tratada em casa. Pegamos de uma aguada esverdeada, que já está quase seca, também usada pelos animais”, afirmou a aposentada Eduarda Lobo, 70.

Margarida Santana, outra moradora, afirmou que as cisternas construídas pelo governo federal estão secas. “Esperamos os carros-pipa para amenizar a situação, que está muito ruim este ano. Dá tristeza e preocupação saber que os piores meses de estiagem ainda chegarão”, disse, emocionada.

Gravidade

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Feira de Santana, José Sales, ressaltou que, na última semana, a situação ficou muito grave nos distritos de Jaguara e Bonfim de Feira, “que enfrentaram ainda problema com falta d’água, fornecida pela Embasa”.

Em nota, a Embasa informou que a irregularidade no abastecimento de água em Bonfim de Feira e Jaguara foi causada por queimada que atingiu a adutora que abastece a região, sendo necessária a troca de tubulação. O serviço foi concluído, segundo a nota, no último dia 2, e o abastecimento foi restabelecido de forma gradativa.

Ele estimou em 70% as perdas com a agricultura em alguns pontos do município e disse que havia a expectativa de boa colheita. “Tivemos um bom começo de ano, mas a falta de chuva nos últimos meses nos levou a perda quase total”, disse.

Segundo o engenheiro agrônomo Joedilson Freitas, da Secretaria Municipal de Agricultura, embora tenha chovido em abril, maio e junho, as chuvas não caíram de maneira uniforme e a média de perdas na agricultura está estimada em 50%.

“Diante do agravamento da estiagem nos últimos meses, a Defesa Civil local e o Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável indicaram a elaboração do decreto de emergência, para que possamos obter ajuda do estado e da União”, afirmou Freitas.

Em Itabuna

No município do sul baiano, onde não chove há 120 dias e a seca atinge os principais rios (Colônia, Cachoeira e Almada) que abastecem a cidade, também foi decretada situação de emergência.

Segundo o prefeito, Claudevane Leite, a falta de chuvas prejudica a captação, tratamento e distribuição de água, além de comprometer o funcionamento de equipamentos e estabelecimentos públicos, como hospitais, creches e escolas.

Conforme a Defesa Civil, 37.190 pessoas estão sofrendo com o racionamento, e o decreto, com validade de 180 dias, dá permissão aos gestores para captar água em propriedades particulares e distribuir à população.

A situação de emergência em Feira de Santana e Itabuna ainda está em processo de reconhecimento, por isso os dois municípios não constam na lista da Sudec.


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