Ao todo 21 municípios baianos têm risco de epidemia de dengue, de acordo com
o Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (Liraa). Segundo
levantamento divulgado ontem pelo Ministério da Saúde, a Bahia é o estado da
federação com mais municípios nessa situação. Este ano, o Liraa foi realizado em
1.239 municípios brasileiros.
O município com a maior taxa de infestação
no país foi Itabuna, que apresentou 18,4% dos imóveis com larvas do mosquito.
Cafarnaum, com 12,1% é o quarto. São classificados como de risco os municípios
que apresentam larvas do mosquito em mais de 3,9% dos imóveis pesquisados. Veja
ao lado todos os municípios baianos nessas condições. É considerado estado de
alerta quando a infestação está entre 1% e 3,9%. É o caso de Salvador, que
apresentou índice de infestação de 2,1%.
De acordo com o Ministro da
Saúde, Alexandre Padilha, as cidades baianas reunirem condições favoráveis à
proliferação do vetor durante todo o ano, como o clima quente, a presença dos
quatro sorotipos do vírus e a reserva de água em locais impróprios, motivado
sobretudo pela seca. “Estamos diante de uma epidemia urbana e, por isso mesmo,
pedimos a população que reúna esforços para que consigamos conter a proliferação
do mosquito e, consequentemente, da doença”, disse Padilha, reforçando o mote da
campanha desse ano, cujo o slogan é “Dengue é fácil combater, só não pode
esquecer”.
“O estado, infelizmente, apresenta uma situação que favorece o
risco de epidemia, afinal os quatro sorotipos da doença estão presentes”, pontua
a coordenadora do Grupo de Trabalho do Programa Estadual de Combate à Dengue,
Elisabeth França, ressaltando que a população já enfrentou, em vários momentos,
as infecções causadas por um ou outro sorotipo, fato que sensibiliza ainda mais
o organismo, favorecendo o aparecimento do tipo hemorrágico. “Temos, ainda,
problemas estruturais graves, como municípios densamente povoados e problemas
históricos de abastecimento de água e coleta de lixo”, explica.
Associado
a esses fatores, a representante do estado destaca uma dificuldade na mudança da
cultura das populações que acham que a doença está distante. “Já encontramos
foco da doença nos locais mais inusitados, desde em copo para dentadura,
geladeira, bromélias”, diz a coordenadora. (Fonte: Correio)