A votação do pacote de medidas contra a seca (MPs
565/12 e
569/12) foi adiada a pedido da oposição, que reclama da falta
do cumprimento do acordo feito no começo de julho com o governo sobre a
liberação de emendas dos deputados oposicionistas. "Vamos ouvir o governo para
saber se as metas foram cumpridas e, tendo esse retorno, poderemos retomar as
negociações com a oposição", disse o presidente da Câmara, Marco Maia.
O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), informou já
ter conversado com a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli
Salvatti: “Ela disse que o governo está fazendo levantamentos sobre os empenhos
para produzir um entendimento com a oposição.” Chinaglia acrescentou que as
votações da semana estão comprometidas.
No final do semestre, para permitir a votação da Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) de
2013 e das MPs do Plano Brasil Maior, governo e oposição fecharam um acordo que
previa a liberação dos restos
a pagar para obras dos municípios e de emendas dos parlamentares de
oposição (R$ 1,5 milhão destinado a cada deputado, além de outro R$ 1 milhão
para emendas da saúde). O acordo previa ainda que as votações das MPs na Câmara
só seriam retomadas se o governo cumprisse o acordo.
"Temos um indicativo de que não houve avanço com o governo", reclamou o líder
do PSDB, deputado Bruno Araújo (PE). Segundo ele, a oposição cobra a liberação
de recursos para os municípios. "Há várias obras paradas, causando mais dano à
sociedade", disse.
O líder do PT, Jilmar Tatto (SP), no entanto, afirmou que a ordem é aguardar
o pronunciamento da área técnica do governo. "Deve ter havido problemas
operacionais. Se houve acordo, ele será cumprido", disse. Tatto ressaltou que
não haverá prejuízos com o adiamento da votação das MPs, já que elas só perderão
a vigência em 5 de setembro