P
raticamente metade dos 417 municípios baianos está em situação de emergência por conta da seca, apontada como a mais severa dos últimos 30 anos. Em quase todos eles, as chuvas esperadas para o período de novembro a janeiro não ocorreram - e, onde choveu, o volume não foi suficiente para acumular água.Mais seis municípios - Boa Vista do Tupim, Nova Soure, Rafael Jambeiro, Sátiro Dias, Seabra e Pilão Arcado - tiveram decretos estaduais homologando a situação de emergência publicados nas duas últimas edições do Diário Oficial do Estado.
Com isso, já chega a 205 o número de municípios baianos em situação de emergência reconhecida pelo governo estadual. Destes, 165 já tiveram reconhecimento do governo federal - que liberou R$ 20 milhões para ações emergenciais no Estado, que incluem o transporte de água em carros-pipa. Os demais municípios ainda terão a situação analisada.
O repasse dos novos recursos será dividido entre o governo estadual (R$ 10 milhões) e os municípios atingidos pela estiagem (R$ 10 milhões). Cada prefeitura receberá cerca de R$ 50 mil por meio do cartão de pagamento da Coordenação da Defesa Civil.
Nos 205 municípios baianos em situação de emergência, todos localizados na região do semiárido, vive uma população superior a 2,3 milhões de pessoas. Para elas, as dificuldades serão bem maiores: as lavouras se perderam, não houve plantio de milho, feijão, mandioca e outras culturas de subsistência, e os rebanhos estão sendo dizimados.
Por conta da falta de chuva, o Estado vive também recorde de focos de incêndio. Até hoje, foram registrados quase 900 focos em toda a Bahia - uma centena apenas nos primeiros 12 dias de abril. O mais grave deles, no início do mês, atingiu o distrito de Campos de São João, em Palmeiras, na Chapada Diamantina, distante cerca de 440 quilômetros de Salvador. Bombeiros e brigadistas voluntários trabalharam vários dias para conter as chamas.