Mais inflação e menos crescimento neste ano. Esses foram os ajustes feitos
pelo mercado financeiro em suas previsões, que foram divulgadas nesta
segunda-feira (10) pelo Banco Central por meio do relatório de mercado, também
conhecido como Focus. O documento é fruto de pesquisa, realizada na semana
passada, com mais de 100 instituições financeiras.
Para este ano, a previsão de crescimento do PIB dos analistas dos bancos
recuou de 1,27% para 1,03%. Se confirmado, o resultado do Produto Interno Bruto
(PIB) deste ano será o pior desde 2009, quando o país sentia os efeitos da
primeira etapa da crise financeira internacional. Naquela ocasião, o PIB
registrou retração de 0,3%.
Para 2013, a expectativa de crescimento também recuou, passando de 3,70% para
3,50% de alta. Com isso, o mercado dá sinais, novamente, de que não acredita na
estimativa do Ministério da Fazenda, de que o PIB vá crescer mais de 4% em
2013.
Inflação e juros
Para a inflação de 2012, os economistas
dos bancos subiram sua previsão na última semana após a divulgação do IPCA de
novembro, que avançou 0,60%.
A estimativa dos economistas dos bancos para o Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) deste ano subiu de 5,43% para 5,58%. Para 2013, a
estimativa do mercado para a inflação permaneceu estável em 5,40%.
Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros
para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o IPCA. Para 2012, 2013
e 2014, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de
dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar
entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.
Para a taxa básica de juros, que foi mantida em 7,25% ao ano na semana
passada, na mínima histórica, a previsão dos economistas dos bancos é de que ela
continuará neste patamar até o fim do próximo ano - mesma estimativa da semana
anterior.
Câmbio, balança comercial e investimentos
estrangeiros
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado
financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2012 subiu de R$ 2,07 para R$ 2,08
por dólar. Para o fechamento de 2013, a estimativa avaçou de R$ 2,06 para R$
2,08 por dólar.
A projeção dos economistas do mercado financeiro para o superávit da balança
comercial (exportações menos importações) em 2012 permaneceu estável em US$ 20
bilhões na semana passada. Para 2013, a previsão do mercado para o saldo
positivo da balança comercial brasileira subiu de US$ 15,52 bilhões para US$
15,60 bilhões.
Para 2012, a projeção de entrada de investimentos no Brasil ficou inalterada
em US$ 60 bilhões. Para 2013, a estimativa dos analistas para o aporte de
investimentos estrangeiros subiu de US$ 59,5 bilhões para US$ 60 bilhões na
última semana.