Os trabalhadores dos Correios na Bahia decidiram
aderir à greve
nacional a partir desta terça-feira (25). A decisão foi tomada durante
assembleia da categoria realizada pelo Sincotelba (Sindicato dos Trabalhadores
em Correios e Telégrafos no Estado da Bahia) na segunda-feira (24).
De acordo com o TST, a ministra pediu, na última sexta, que a Federação se
manifeste sobre informação prestada pela ECT de que a determinação da liminar
não estaria sendo cumprida.
Enquanto isso, serviços de entrega com hora marcada, como Sedex, continuam
suspensos em São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal e Rio Grande do Sul,
entre outros locais por causa da greve.
Parados
Segundo os Correios, cerca de 10% dos
funcionários estão parados desde o primeiro dia de greve. Na sexta-feira (21),
91% dos 120 mil empregados trabalharam normalmente – 10.938 aderiram à
paralisação, informou a empresa, que controla a presença por meio de ponto
eletrônico.
Também na sexta, segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas
de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), a adesão se mantém em 70% a 80%
da área operacional, em que atuam trabalhadores como carteiros, atendentes e
operadores de triagem, ou seja, relacionados às entregas. "É por isso que a
empresa tem cancelado serviços em várias regiões", disse James Magalhães,
diretor de imprensa da Federação. Segundo a federação, 26 dos 35 sindicatos
aderiram à greve.
Reajuste e mutirões
Os funcionários dos Correios pedem
reajuste de 43,7%, alíquota que cobriria a inflação acumulada desde o Plano
Real, além de aumento de R$ 200 linear, tíquete-alimentação de R$ 35 e a
contratação de 30 mil trabalhadores, entre outra exigências. A oferta da estatal
é de 5,2%, alíquota que cobriria a inflação dos últimos 12 meses.
No final de semana, os Correios fizeram mutirões para colocar em dia a
entrega de cartas e encomendas à população, afetadas por conta da greve. A ação,
segundo a empresa, faz parte do plano de contingência para minimizar eventuais
prejuízos provocados pela paralisação.
A
paralisação nacional começou no dia 19 de setembro em algumas partes do
Brasil, informou a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de
Correios e Telégrafos e Similares (Fentect).
Segundo nota divulgada pelo sindicato na Bahia, a determinação de deflagrar a
paralisação no estado quase uma semana depois de outras regiões do país tem o
objetivo de "garantir amparo jurídico para que a greve não seja considerada
ilegal ou abusiva".
Está marcada para a tarde desta terça-feira a
segunda audiência de conciliação entre os funcionários e a direção da empresa,
no Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília. Caso não haja um acordo
entre as partes, o TST pode
julgar na quinta-feira (27) o dissídio coletivo dos servidores dos Correios
em sessão extraordinária.
Negociações
A direção da empresa e a Fentect não
conseguiram se entender em audiência de conciliação promovida pelo TST na última
quarta-feira (19). A ministra Kátia Arruda, responsável pelo caso, determinou
que o movimento grevista mantenha pelo menos 40% do efetivo trabalhando em cada
unidade dos Correios, sob pena de R$ 50 mil por dia.