A presidente da República, Dilma Rousseff, volta à Bahia na próxima
sexta-feira, 9, para inaugurar a Adutora do Algodão, pela manhã, no município de
Malhada, na região do Médio São Francisco. À tarde, participará , em Salvador,
da reunião do Conselho Deliberativo da Superintendência de Desenvolvimento do
Nordeste (Sudene), que será realizada no Palácio Rio Branco e deve contar com a
presença de todos os governadores da região.
É a primeira vez que Dilma volta à capital baiana após participar de um
comício do petista Nelson Pelegrino em Cajazeiras X, no segundo turno da eleição
de prefeito de Salvador.
A Adutora do Algodão vai abastecer casas de mais de 120 mil habitantes de
diversos municípios e localidades rurais que estão enfrentando a pior seca dos
últimos 40 anos. Uma outra obra de enfrentamento da estiagem foi lançada, ontem,
pelo governador Jaques Wagner. Ele assinou ordem de serviço para implantação do
sistema integrado de abastecimento de água dos municípios de Curaçá e Glória,
situados no norte do Estado. Representam um investimento da ordem de
R$ 24,7
milhões e deve beneficiar uma população de mais de 20 mil pessoas.
Wagner declarou que o drama provocado pela seca não é maior entre a
população rural devido aos programas de política social de transferência de
renda e de apoio à agricultura familiar, como o Garantia Safra. "A presidente
lançou também o bolsa-estiagem. Então, houve um suporte, principalmente a
pessoas da agricultura familiar, que é quem sofre mais".
Ele disse que os impactos maiores são na pecuária, mas o governo ainda não
tem uma avaliação geral sobre os prejuízos da seca para a economia
baiana. "Vamos ter uma ideia, por exemplo, dos problemas causados na pecuária,
neste final de ano. A gente perdeu muito plantel de gado. É diferente da
agricultura: milho perde, planta e vem outra safra. O gado depende de um período
para ter os animais (em idade de abate). Ainda não temos esse cálculo de quantas
cabeças a gente perdeu este ano", disse.
Problema social - Para o governador, o prejuízo maior foi
dos lavradores que têm pequenas roças de subsistência. "Insisto que o efeito
negativo não é maior porque os que estão no Garantia Safra recebem alguma
coisa. Quando o cara recebe (o dinheiro do programas sociais) acaba movimentando
o comércio local. Como a população atingida é a mais carente, de pequenas
safras, não há um prejuízo do ponto de vista de arrecadação de impostos. O
problema é mesmo social".