Quem tem reclamado do desemprego da cidade pode mudar de opinião. De acordo com pesquisa divulgada
nessa quinta-feira (20/12), a capital baiana é considerada a região
metropolitana com maiores chances de emprego do Estado.
O levantamento foi feito pela Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) da
Fundação Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade) e o Departamento
Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em sete regiões
metropolitanas.
O setor da construção civil ainda foi apontado como o maior gerador de
empregos para a região, com um aumento de 7,1%, porém, apesar do crescimento no
número de vagas, a cidade ainda é líder no quesito desemprego.
Além do setor da construção civil, que abriu 106 mil vagas, a indústria
também apresentou crescimento favorável, com 21 mil novos postos de trabalho, representando uma alta de 0,7%. No total houve um
crescimento de 1,7% no nível de ocupação deste mês.
De acordo com Arilson Ferreira, diretor de saúde e segurança do Sindicato dos
Trabalhadores na Indústria e Construção Civil da Bahia (Sintracom-BA), com as
novas construções que devem ser iniciadas em Salvador, a tendência é crescer o
número de vagas.
“Muitos pensaram que com a entrega do último shopping que o setor iria cair,
mas foi o contrário. Temos novas construções para começar, consequentemente
novas vagas irão surgir. É só olhar em volta que a gente percebe a quantidade de
obras”, garantiu.
Apesar dos números, a cidade ainda apresenta a maior taxa de desemprego, pois em novembro do ano passado atingiu
15,5%, em outubro deste ano subiu para 18,6% e atualmente está em 17,2%. Nas
demais regiões pesquisadas o índice caiu de 10,5%, em outubro, para 10%, em
novembro.
O total de desempregados foi estimado em 2,258 milhões, 107 mil pessoas a
menos do que o registrado em outubro.
A professora de ensino médio, Clarisse Barreto aponta que o despreparo
profissional é a grande explicação para a desproporção dos números.
“Se temos a cidade com maior número de vagas para empregos e o maior número
de desempregados, está claro que os profissionais não estão bem preparados para
o mercado de trabalho. É preciso maior investimento na educação e cursos
profissionalizantes”, destaca. Sobre a possível falta de qualificação Ferreira
ressaltou que falta investimento das grandes empresas para reverter esse quadro.
“A maioria dos empresários tem visão de produtividade, mas não pensam na
qualificação dos funcionários, o que é um grande erro”, disse.
Ainda de acordo com a pesquisa, os assalariados tiveram melhora no
rendimento, em outubro, com ganhos mensais de R$ 1,6 mil, valor 0,8% acima do
registrado no mês anterior.