PREFEITURA MUNICIPAL DE
MIGUEL CALMON

Produto Interno Bruto baiano cresceu 2,0% em 2011

 09/03/2012 | ECONOMIA

O Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia cresceu 2,0% em 2011, em comparação ao ano anterior, e a estimativa para 2012 é alcançar marca de 3,7%. Os setores de serviços (3,6%) e agropecuária (9,8%) foram os destaques positivos, mas a indústria teve percentual negativo (-2,9%). A informação foi divulgada em nota oficial, nesta terça-feira (6), pelo diretor-geral da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia da Secretaria de Planejamento (Seplan), Geraldo Reis. Quanto ao PIB nacional, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta acréscimo de 2,7% no ano passado

Segundo o secretário Zezéu Ribeiro, "2012, certamente, será melhor do que 2011, pois terminamos o ano com todos os indicadores macreconômicos favoráveis - inflação sob controle, disciplina fiscal e taxa de câmbio competitiva. Essa situação vai possibilitar um maior crescimento da economia, puxado pelos investimentos públicos (aeroportos, transportes e obras da Copa do Mundo), ganho real para o salário mínimo, juros em queda, flexibilização das medidas prudenciais, permitindo ao crédito se recuperar um pouco mais rapidamente".

Geraldo Reis explica que, em termos conjunturais, o resultado é influenciado pelas taxas de 2010, quando houve forte crescimento do PIB, nacional e estadual (7,5%), estimulando um desequilíbrio entre oferta e demanda. "Devido a esse quadro, o governo federal teve que adotar, no primeiro semestre de 2011, medidas de políticas contracionistas para o controle inflacionário como aumento da taxa Selic e contenção de crédito. No segundo semestre houve flexibilização, e o governo federal passou a aplicar ações para garantir a expansão econômica, em consequência do agravamento da crise internacional, em particular da Europa".

Reflexão

Sob ponto de vista estrutural, o diretor geral da SEI diz que o momento é de reflexão: "Há sinais de limitações na estratégia de crescimento econômico focado no consumo das famílias mediantes aumento real do salário mínimo e transferência de renda. Este raciocínio, segundo Geraldo Reis, aponta para um crescimento mais moderado na região Nordeste. No caso baiano, com projeção de 3,7% para 2012, a expectativa continua positiva. "Há consolidação no atual ciclo de atração de investimentos públicos e privados, que podem garantir um desenvolvimento mais consistente e equilibrado".

Com base nos cálculos realizados, a taxa de crescimento do PIB em 2011 foi, mais uma vez, determinada pelo setor de serviços (3,6%), por ter na estrutura econômica estadual o peso de 64%, sob destaque do comércio varejista, com expansão de 5,3%. Os segmentos de transporte e alojamento e alimentação tiveram expansão de 4,9% e 4,3% respectivamente, em 2011.

O setor agropecuário também contribui positivamente com acréscimo 9,8%. A produção física da maioria dos produtos cultivados, sobretudo os grãos, cresceu mais de 13%, segundo os dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA/IBGE). Houve incrementos em relação à safra anterior na produção de algodão (58,6%), soja (12,9%), cana de açúcar (11,5%), mandioca (4,6%) e café (4,4%). Em contrapartida encerraram o ano apresentando retração as safras de feijão (-23,9%) e milho (-5,3%)

A indústria teve contribuição negativa, com queda de 2,9% ao longo do ano. Entre os segmentos deste setor com decréscimo estão extração mineral (-2,3%) e transformação (-5,7%). Já a construção civil amenizou o quadro com expansão de 6,0%. Analisando-se os dados da produção física, observa-se que apenas os segmentos de alimentos e bebidas (7,7%), borracha e plástico (4,6%) e minerais não-metálicos (5,1%) tiveram crescimento em 2011. Todos os demais segmentos registraram retração na produção física, com destaque para queda de 9,6% em refino de petróleo e álcool.

Quarto trimestre

O PIB do quarto trimestre de 2011 foi 1,4% superior ao mesmo período de 2010. Nesse panorama, manteve-se no quarto trimestre a tendência de crescimento nos setores de serviços (2,0%) e agropecuária (11,5%), tendo a indústria queda (-3,4%).