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MIGUEL CALMON

Nova política estadual multiplicará transplantes de órgãos na Bahia

 21/09/2015 | SAÚDE

Nova política estadual multiplicará transplantes de órgãos na Bahia

Mais de 2 mil baianos aguardam por um transplante de órgãos e, infelizmente, a Bahia figura entre os estados que menos transplantam no país. Para mudar essa realidade e multiplicar o número de transplantados no estado, o governador Rui Costa e o secretário da Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, lançam uma política de incentivo aos transplantes de órgãos e tecidos na próxima terça-feira (22), às 9h, no auditório da Secretaria de Educação do Estado.

Transplantes em números

Na Bahia, de cada 100 potenciais doadores, o diagnóstico de morte encefálica só é realizado em dez pacientes. Destes, os órgãos de apenas três são transplantados, muitos deles em outros estados. "Temos o desafio de reduzir a subnotificação do diagnóstico de morte encefálica e reduzir a negativa familiar à doação, que na Bahia alcança 70%, sobretudo, por falta de conhecimento sobre o processo e por questões religiosas, além de ampliar o doador efetivo e o número de transplantes", afirma o subsecretário da Saúde e um dos formuladores da política, Roberto Badaró.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), no primeiro trimestre de 2015, os estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro foram, respectivamente, os locais com menor índice de rejeição familiar, sendo 30%, 36% e 37%, respectivamente.

De acordo com o coordenador da Central Estadual de Transplantes, Eraldo Moura, na Bahia atualmente existem sete Organizações de Procura de Órgãos (OPO), sendo três em Salvador e região metropolitana e quatro no interior (Feira de Santana, Vitória da Conquista, Itabuna e Teixeira de Freitas), além de 46 Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTTs).

O estado possui estabelecimentos e equipes autorizadas para realizar transplantes de rim, fígado, coração, pulmão, córnea, medula óssea e osso, mas o quantitativo de transplantes está muito aquém da necessidade. Em 2014 foram realizados, no total, 516 transplantes, sendo 332 de córnea. Atualmente a fila de espera por uma córnea no estado atinge aproximadamente 1,2 mil baianos, enquanto os que necessitam de um rim superam a casa dos quinhentos. E pouco mais de 50 pacientes precisam de um fígado.