A Bahia tem a maior percentual de funcionários comissionados do Nordeste. Dos
129.017 funcionários do governo da Bahia, 9.240 ( 7,16%) estão nessa condição,
levando-se em consideração a administração direta e indireta. Todos estão na
administração estadual sem ter participado de concurso público.
Atrás da Bahia, estão a Paraíba, com 6,19%, e Alagoas com 5,7%. Os números
são muito maiores do que os dos estados de Pernambuco, 1,98%, e Ceará, 1,14%,
que têm as menores taxas. Nessa conta, não está incluso Sergipe, pois o IBGE não
dispunha do número total de funcionários neste Estado.
Um estado de grande porte como São Paulo, que tem no seu quadro
administrativo mais de meio milhão de funcionários, tem 1,35% de comissionados.
Em Minas Gerais, que tem mais de 300 mil funcionários, o índice é de 1,34%. E no
Rio de Janeiro o número beira 4%.
Técnicos e políticos - A Bahia ocupa o segundo lugar na
percentagem de funcionários de governos estaduais contratados sem concurso
público no País. Dos 105.203 mil funcionários dos governos estaduais nesta
modalidade, 9.240 deles estão na Bahia, ou 8,75% do total. O Estado só perde
para Goiás, com cerca de 10%. Os dados se referem aos funcionários
comissionados, que ocupam cargos no Estado somente por indicação da
administração estadual.
Na Prefeitura de Salvador, 1.062 funcionários teriam sido contratados sem
participar de concurso público em 2012. Entre as capitais nordestinas, Salvador
tem o 6º menor número e entre as 25 capitais pesquisadas está na 12ª
posição.
Os dados foram divulgados pelo jornal O Estado de S.Paulo neste domingo, 31.
Os números estão no Perfil dos Estados Brasileiros 2012, pesquisa realizada pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento leva em
conta funcionários de gabinete, secretarias, autarquias, empresas públicas e
fundações.
O cientista político Paulo Fábio Dantas, sem especificar nenhum estado,
explica que em termos gerais, cargos comissionados não são um mal em si: "Não é
possível dirigir o Estado sem a política. O Estado contempla o governo e a
administração pública. O primeiro não é só governador e secretários, mas um
conjunto de cargos que garantem diretriz governamental à administração pública.
O problema é quando cargos estritamente técnicos, que deveriam ser ocupados por
funcionários de carreira, são ocupados politicamente. Mas é preciso analisar
cada caso ".