ORIGEM E FUNDAÇÃO
A Fazenda Barra, desmembrada da Barra de São Rafael, foi comprada pelo CAPITÃO FELIPE MENDES DE VASCONCELOS, ao procurador do Conde da Ponte, Senhor Felipe Alves Ferreira, em março de 1818. O Capitão Felipe, era um grande latifundiário e além da Fazenda Barra, possuía muitas outras.
A Fazenda Barra, do Capitão Felipe, como é mencionada em vários documentos da época, foi divida em duas partes e uma delas fora vendida ao CAPITÃO PRUDENTE RODRIGUES DE ARAÚJO BARRETO. Na verdade, Felipe Mendes, tudo leva a crer que era solteiro e nunca tenha residido na Fazenda Barra, pois morava em Brotas, onde faleceu em data desconhecida, deixando sua herança para a família Araújo Barreto.
Para entendermos essa trança, voltemos lá em Brotas, quando CARLOS RODRIGUES DE ARAÚJO BARRETO e sua esposa, MESSIAS RODRIGUES PAZ, chegaram e começaram a povoação daquelas paragens. Carlos e Messias tiveram 10 filhas e 02 filhos, sendo eles, MATIAS RODRIGUES DE ARAÚJO BARRETO E PRUDENTE RODRIGUES DE ARAÚJO BARRETO.
Na FAZENDA JACURUTUM, no município de Oliveira dos Brejinhos, morava o Fazendeiro JOÃO OLÍMPIO, que tinha uma filha chamada ANA MARIA OLÍMPIA. Pois bem, da cidade de Salvador, viera o caixeiro viajante ANTONIO SODRÉ DOS SANTOS, que ao passar por Jacurutu, se apaixonou por ANA MARIA, pedindo-a em casamento e se estabelecendo na Fazenda, pois fora condicionado assim, para se casar com a moça. O casal teve duas filhas, JOSEFA CAETANA OLÍMPIA SODRÉ E RITA CAETANA OLÍMPIA SODRÉ.
OS dois filhos varões de Carlos, se casaram com as duas filhas de Antonio Sodré, sendo que MATIAS CASOU-SE COM JOSEFA E PRUDENTE CASOU COM A JÁ VIÚVA, PORÉM MUITO JOVEM RITA.
Mathias e Josefa, tiveram muitos filhos e filhas, já Prudente e Rita tiveram um único filho, que nasceu morto, segundo ele mesmo, Prudente, afirmou no seu testamento. A Fundação da área onde se localiza hoje a sede do município de Barra do Mendes foi desbravada pela família Rodrigues de Araújo Barreto e Sodré, sobrinhos do Capitão Prudente Rodrigues de Araújo Barreto. Há indícios em uma série de documentos, que após o fechamento do inventário do já citado Capitão, alguns de seus sobrinhos tenham ficado com as terras da segunda metade da Fazenda Barra, posto que um deles, ANTONIO JOAQUIM BATISTA (ANTONINHO), casado com DONA ROSALINA MARIA DE JESUS, já residia por cá, sendo o administrador das “coisas” que Prudente tinha aqui, conforme consta do Testamento do mesmo.
Outro que encontramos residindo na Barra de Duas Veredas, nome pelo qual era também conhecida a Fazenda Barra, foi FRANCISCO XAVIER DE ARAÚJO BARRETO, que a história oral registrou como CHICO SODRÉ, também sobrinho do Capitão, que era casado com LUIZA ROSA DOS SANTOS (DONA MOCINHA). Também veio logo no inicio um sobrinho de Chico Sodré, JOAQUIM SODRÉ DE ARAÚJO BARRETO, com sua prima e esposa, SOLINA OLÍMPIA SODRÉ, segundo a oralidade pois não aparecem em nenhum documento evidenciando essa antiguidade, não compram, não herdam, não vendem nem assinam papel algum que tenha vindo a conhecimento píblico, apenas por ouvir dizer, e cujos foram os únicos que deixaram descendência, já que nem Chico Sodré ou Antoninho deixaram filhos.
Na caravana estava ainda a Senhora EMILIANA OLÍMPIA SODRÉ (1850-1935), filha do Major ANTONIO SODRÉ DE ARAÚJO BARRETO e irmã de Joaquim Sodré de Araújo Barreto, cuja depois de viúva de seu primeiro marido, José Martins de Andrade, com quem teve dois filhos, se casou com REGINALDO DE SOUZA PACHECO (VELHO RÉGIS), tendo os outros filhos.
Ainda não se pode afirmar com exatidão a data em que esse pessoal veio para cá, apenas que foi na segunda metade do século XIX, mas a não ser que surja alguma evidencia documental, o que cronologicamente está inviável, podemos afirmar que ninguém precedeu a ANTONIO JOAQUIM BATISTA (ANTONINHO) que é RODRIGUES DE ARAÚJO BARRETO de sangue, pois com certeza era filho de uma das várias irmãs do Capitão Prudente Rodrigues de Araújo Barreto, que depois foi seguido pelo primo FRANCISCO XAVIER DE ARAÚJO BARRETO (CHICO SODRÉ), já que era filho de MATIAS RODRIGUES DE ARAÚJO BARRETO E JOSEFA CAETANA OLÍMPIA SODRÉ.
Excetuando a fundação da parte da sede, temos o restante do município. A região serrana tem sua fundação muito mais antiga. Em 1790 já vivia na região serrana de Barra do Mendes, no Povoado de Lameiro, o Sr. Eduardo José de Oliveira e sua esposa D. Andrezza Rosa de Oliveira, e desse casal saíram os principais desbravadores daquelas serranias. Em Areias, Canabrava dos Barbosas e Retiro existiam alguns índios Tapuias que se misturaram aos descendentes de Eduardo e assim deram origem a quase todos os povoados serranos em Barra do Mendes.
A Fazenda Canabrava (dos Barbosas) foi comprada na primeira metade do Século XIX por Aleixo Barbosa de Magalhães e seus filhos Francisco José Barbosa e João Barbosa de Magalhães, e a Fazenda Ferreira em 1839 pelos Senhores José Geraldo de Souza e Clemente Mendes de Brito, mas nas próprias escrituras eles já davam como garantia todos as benfeitorias e demais bens por eles possuídos nas mesmas localidades, ou seja já residiam lá antes de adquirirem legalmente as terras.
Chapada Velha, essa não foi possível fazer nem uma “base” de quando surgiu, de tão antiga que era.
Assim sendo, as origens das Terras de Barra do Mendes remontam ainda do século XVIII, a povoação do território que corresponde a sede, que era metade da Fazenda Barra foi depois da segunda metade do Século XIX, e seus fundadores foram, na sequência: ANTONIO JOAQUIM BATISTA, FRANCISCO XAVIER DE ARAÚJO BARRETO E JOAQUIM SODRÉ DE ARAÚJO BARRETO.
AS INDEPENDÊNCIAS POLÍTICAS
Até 1917, Barra do Mendes e Ipupiara eram distritos de Brotas. E após exercer o cargo de Intendente (prefeito) de Brotas de 1914 a 1916, Militão Coelho, através de Cézar Sá, solicitou ao governador interino, Frederico Augusto Costa, então presidente do Senado Estadual, que assumira na ausência do Governador que estava em viagem à Europa, a separação do município e a formação de outro com sede em Barra do Mendes e tendo o Fundão (atual Ipupiara) e Morpará como distritos. Atendendo seu pedido e, pela Lei Estadual nº. 1.203 de 21 de Julho de 1917, o município é criado e o Capitão Adelino Rodrigues Coelho toma posse como primeiro e único intendente.
Em 1918, Militão Coelho invade Brotas de Macaúbas a fim de prender o "major Venas" (Joviniano dos Santos Rosa, tabelião), que lhe desobedecera. O major era compadre de Horácio de Matos, inclusive criando-lhe duas filhas naturais.
Dando mostras de seu estilo, o velho coronel ainda atira no maxilar de sua vítima, para que este nunca mais discuta suas ordens. Horácio vê que somente pela força pode se entender com Militão: invade Brotas de Macaúbas, resgatando seu aliado e preparando-se para a resposta. Militão, que estava na capital, retorna e os combates têm início.
Duas batalhas decidem o destino desta primeira refrega, após dois meses de intenso combate: Pega e Fundão. Horácio assume a chefia política da cidade, feito Intendente, ao passo em que Militão fortifica-se, em Barra do Mendes, então distrito de Brotas.
No governo do Dr. J.J.Seabra, deu-se a extinção do município se deu pela Lei Estadual nº. 1.388 de 24 de Maio de 1920.
Deputado Nestor Coelho faleceu em pleno mandato e assume na suplência Hélio Victor Ramos em 1954, cujo deputado, junto a Antonio Sodré Barreto, Rui Coelho e Antonio Coelho dão início a uma épica batalha para que Barra do Mendes voltasse a ser cidade, o que só conseguiram em 1958, na gestão do governador Antonio Balbino de Carvalho Filho.
O município de Barra do Mendes foi restaurado, com territórios de parte dos Municípios de Gentio do Ouro e Brotas de Macaúbas, pela Lei Estadual nº. 1.034, de 14 de Agosto de 1958, e reinstalado em 7 de Abril de 1959, sendo empossado o eleito primeiro prefeito, Dr. Aurelino Alves Barreto.