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UAUÁ

Proposta prevê R$ 3,7 bilhões a mais aos Estados

 20/03/2013 | ECONOMIA

A proposta do senador Walter Pinheiro (PT-BA) para redistribuir recursos do Fundo de Participação dos Estados (FPE) prevê um aumento de R$ 3,7 bilhões em repasses este ano em relação a 2012. Pinheiro é o relator do principal projeto em tramitação no Senado que discute a adoção de novas regras para o fundo. Pela estimativa feita pela Consultoria Legislativa do Senado, obtida com exclusividade pela reportagem, seriam distribuídos via FPE este ano R$ 65,7 bilhões com as regras novas, caso venham a ser aprovadas pelo Congresso, ante R$ 61,9 bilhões no ano passado.

O Estado de São Paulo, por exemplo, receberia R$ 655 milhões em 2013, contra os R$ 619,5 milhões. No ano de 2017, último da regra de transição proposta, alcançaria o valor de R$ 828,5 milhões. O cálculo da consultoria do Senado usa como pressupostos uma inflação anual de 4,5% e um crescimento real da arrecadação do Imposto de Renda (IR) e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) da ordem de 1,5% ao ano. Os dois impostos fazem parte da cesta de recursos que compõem o FPE.

Pelas estimativas, o Estado que mais ganha em termos absolutos é a Bahia, com aumento entre 2012 e 2017 de quase R$ 2 bilhões. Os recursos subiriam dos atuais R$ 5,8 bilhões ano passado para R$ 7,8 bilhões daqui a cinco anos. Maranhão (R$ 1,6 bilhão), Ceará (R$ 1,5 bilhão), Pará (R$ 1,4 bilhão) também registrariam, se a proposta for aprovada, os mais expressivos aumentos. Para todas as unidades da federação ao final de cinco anos, o FPE distribuiria R$ 83 bilhões em recursos, mantido os critérios de crescimento de inflação e do IR e IPI.

Pela nova proposta de Pinheiro, a partir de 2013 o piso da arrecadação do fundo que será repassada aos Estados e ao Distrito Federal permanecerá idêntico ao deste ano. O excedente do que for recolhido via FPE, segundo o parecer, deverá ser rateado até o final de 2017, tendo como base dois critérios: proporcional a 50% da população de cada uma das unidades da federação e inversamente proporcional a 50% da renda domiciliar per capita, apurados, para os dois fatores, no ano imediatamente anterior. A partir de 2017, novo critério terá de ser aprovado por outra lei, caso contrário, a regra proposta pelo petista continuará em vigor.

Após uma reunião com o PMDB, que decidiu apoiar a proposta, Walter Pinheiro sustentou esta tarde que o projeto garante o "respeito a contratos". "Que contratos são esses? Estados fizeram planos plurianuais e esses planos guardam uma relação direta com orçamento, com recursos. Portanto, estados se planejaram", disse. "Nós fizemos garantir esse valor, projetá-lo para frente e só teremos mudanças no excedente", completou.

Uma reunião com a presença de senadores da bancada do PMDB, do presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), e do senador Walter Pinheiro decidiu marcar a votação dos novos critérios para o dia 26.