Implementado inicialmente em Alagoas, o Plano de Prevenção à Violência contra
a Juventude Negra será expandido, no primeiro semestre de 2013, para mais cinco
unidades federativas: Paraíba, Espírito Santo, Distrito Federal, Bahia e Rio
Grande do Sul.
O plano tem ações para reduzir a vulnerabilidade dos jovens negros em
situações de violência e começou a ser implementado em setembro deste ano nas
cidades de Maceió, Marechal Deodoro e Arapiraca.
As ações do plano, conhecido por Juventude Viva, foram discutidas ontem (27)
em reunião com a participação de representantes do governo e da sociedade civil.
A vulnerabilidade da juventude negra foi evidenciada por meio de dados que
mostram que os homicídios são hoje a principal causa de morte de jovens de 15 a
29 anos no Brasil e atingem especialmente negros do sexo masculino, moradores
das periferias e áreas metropolitanas dos centros urbanos.
Dados do Ministério da Saúde mostram que 53,3% das 49,9 mil vítimas de
homicídios em 2010 no Brasil eram jovens, dos quais 76,6% pretos e pardos e
91,3% do sexo masculino.
Lutar contra essa realidade é o que busca Rúbia do Nascimento, da Rede de
Jovens do Nordeste. “A juventude negra vem sendo exterminada, violentada, mas a
juventude negra é guerreira, forte, sobrevivente e carente de atenção de
políticas públicas. Não somos o futuro, somos o hoje, e queremos agora”, disse
ao participar do evento.
A ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial
(Seppir), Luiza Bairros, disse que o governo busca sensibilizar a sociedade para
que haja a percepção sobre a desproporção numérica entre as mortes de jovens
negros e de jovens brancos.
“Em primeiro lugar, se percebe que existe na sociedade como um todo um
desconhecimento muito grande dessa questão. Não se percebe a desproporção do
número de mortes de jovens negros ante jovens de outros grupos”, observou.
Antes de expandir o plano para outros estados, a meta é ampliar a adesão dos
jovens alagoanos. Para isso, a Secretaria Nacional de Juventude lança este mês
uma campanha publicitária no estado para divulgar as ações e programas
oferecidos pelo Juventude Viva.
Alagoas foi o estado escolhido para abrigar as primeiras iniciativas pelo
alto índice de violência registrado contra a juventude negra.
O plano do governo federal reúne ações para reduzir a vulnerabilidade dos
jovens em situações de violência criando oportunidades que garantam a inclusão
social e a autonomia e serviços públicos em territórios que concentram altos
índices de homicídios.
Outro eixo de atuação do plano é o enfrentamento do racismo com
sensibilização de agentes públicos para a questão.
“Nosso plano tem como missão promover os valores da igualdade e não da
discriminação, o enfrentamento ao racismo, o respeito à vida, aos direitos da
nossa juventude. É um esforço inédito para enfrentar a violência”, disse o
ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.