O governo
federal vai investir R$ 2,7 bilhões nos próximos dois anos para que as crianças
brasileiras sejam plenamente alfabetizadas em língua portuguesa e matemática até
os 8 anos de idade, ao final do terceiro ano do ensino fundamental. O
investimento faz parte do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa lançado
hoje (8) pela presidenta Dilma Rousseff no Palácio do Planalto.
“Considero esse programa a
prioridade das prioridades do MEC. É o maior desafio histórico e que esse país
deveria colocar no topo de agenda de todos os gestores do Brasil”, assegurou
ministro da Educação, Aloizio Mercadante. O ministro destacou que 8 milhões de
crianças estão inseridas nesse primeiro ciclo de alfabetização. Ainda segundo
ele, o prejuízo de uma criança que não é alfabetizada no período certo pode se
estender a outras etapas do ensino.
Entre os objetivos da pasta está o de garantir a alfabetização e assim
evitar a futura reprovação de alunos. Segundo o ministro, o impacto da
reprovação de alunos, em toda a educação básica, vai de R$ 7 bilhões a R$ 9
bilhões.
Ao todo, 5.270 municípios e todas as 27 unidades federativas já aderiram
ao pacto, que envolve a capacitação de 360 mil professores alfabetizadores. Com
o pacto, o Ministério da Educação vai distribuir 26,5 milhões de livros didáticos
nas escolas de ensino regular e do campo, além de 4,6 milhões de dicionários,
10,7 milhões de obras de literatura e 17,3 milhões de livros paradidáticos.
Para mensurar os resultados do pacto entre as crianças brasileiras, o
MEC vai implementar duas avaliações. Ao final do 2º ano, será aplicada a nova versão da Provinha Brasil, realizada pelos
próprios professores dentro de sala de aula para avaliar os conhecimentos sobre
o sistema alfabético da escrita e quais habilidades de leitura as crianças
dominam.
No final do 3º ano, será aplicada uma nova prova, ainda sem nome, regras
ou datas definidas. Essa avaliação ficará a cargo do Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Além das medidas anunciadas, a pasta vai investir R$ 500 milhões em
premiação para as melhores experiências de alfabetização. Para Mercadante, as
ações do pacto estimulam os professores a voltarem a atuar na profissão.