BRASÍLIA - O Brasil recebeu em setembro US$ 6,326 bilhões em investimentos estrangeiros diretos (IED), já descontadas repatriações de capital aos países de origem. O resultado é maior do que o verificado no mês anterior, quando ingressaram liquidamente US$ 5,606 bilhões.
O dado foi divulgado nesta terça-feira pelo Departamento Econômico do Banco Central (BC). O valor acumulado no ano chegou a US$ 50,451 bilhões, bem superior ao de igual período de 2010 (US$ 22,557 bilhões).
A autoridade monetária esperava que, em setembro, o investimento direto líquido fosse de US$ 5 bilhões, já contabilizada uma desaceleração decorrente dos efeitos da deterioração do mercado global.
O efetivamente ocorrido, portanto, ficou acima da previsão oficial. Para 2011, a expectativa é de ingressem US$ 60 bilhões, montante mais do que suficiente para financiar as despesas líquidas do país com comércio, serviços, transferências de renda (lucro, juro e salários) e transferências unilaterais.
A parcela de IED relativa à aquisição de participações diretas no capital de empresas alcançou US$ 5,367 bilhões no mês, ante US$ 4,339 bilhões em agosto e US$ 3.393 em setembro de 2010. No ano, o montante chega a US$ 40,123 bilhões, ante US$ 20,278 bilhões de igual período do ano passado.
Os ingressos líquidos de empréstimos feitos por empresas estrangeiras a filiais no país somaram, por sua vez, US$ 959 milhões em setembro e US$ 10,238 bilhões nos nove primeiros meses do ano. Houve aceleração sobre o ingresso registrado no mesmo período de 2010, quando os créditos intercompanhias somaram US$ 2,278 bilhões de janeiro a setembro.
Esse tipo de recurso, assim como as participações diretas no capital, não costumam fugir do país em momentos de corrida para o dólar e, por isso, também são classificados como IED, considerado a melhor fonte de financiamento externo.
Em 12 meses, o fluxo líquido de IED já chega a US$ 76,332 bilhões, o equivalente a 3,26% do Produto Interno Bruto (PIB) estimado pelo BC.
(Murilo Rodrigues Alves | Valor)