A
decisão da presidente Dilma Rousseff de adiar a viagem aos Estados Unidos,
programada para outubro, "foi uma das mensagens mais importantes da região
para o mundo nos últimos anos", disse nesta quinta-feira (19) o chanceler
argentino Héctor Timerman, durante encontro com o ministro brasileiro das
Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado. Dilma anunciou
terça-feira (17) que só marcará nova data para a visita de Estado aos EUA,
depois que o presidente Barak Obama investigar as denúncias de que tanto ela
quanto a Petrobras foram alvo de espionagem eletrônica por agências
norte-americanas. Em nota oficial, Dilma exigiu do governo americano o
compromisso de cessar as atividades de interceptação de correspondência e
telefonemas alheios. Segundo a Agência Brasil, este é o primeiro encontro
bilateral de Timerman e Figueiredo, que assumiu o comando da diplomacia
brasileira em agosto, no lugar de Antonio Patriota. Segundo Figueiredo, embora
a espionagem cibernética não tenha sido o principal tema da conversa, Timerman
elogiou muito a postura adotada pelo governo brasileiro, que resume "o
sentimento de toda uma região". Figueiredo e Timerman trataram também da
questão das barreiras comerciais e dos avanços na elaboração de uma proposta,
antes do final do ano, para um acordo de livre comércio entre o Mercado Comum
do Sul (Mercosul) e a Uniao Europeia (UE).