Sem o
ponto eletrônico que já deveria estar em funcionamento desde abril último,
conforme prometeu o presidente da Câmara Federal, deputado Henrique Alves
(PMDB-RN), a Casa está prestes a encerrar o ano com despesas recordes de horas
extras dos seus servidores efetivos e comissionados de gabinetes de
parlamentares. De acordo com reportagem do jornal Correio Braziliense, já foram
desembolsados R$ 60,6 milhões até outubro, 36% a mais do que em todo o ano de
2012. Pelo ritmo, pelo menos R$ 70 milhões deverão ser gastos até o final do
ano, o que bateria o recorde registrado em 2011, de R$ 69,4 milhões. A
expectativa é de que ocorram muitas sessões deliberativas em novembro e
parte de dezembro, já que há muitas matérias pendentes e polêmicas, como a
votação do Orçamento de 2014. Apesar do custeio alto, o ponto eletrônico não
tem previsão de ser implantado. Com a polêmica do corte dos salários que
ultrapassam o teto constitucional, funcionários pressionam para adiar o aperto
na jornada diária para compensar com o recebimento de horas extras, que não
entram no cálculo do teto. Atualmente, existem aproximadamente dois mil
servidores que têm salários acima do limite de R$ 28 mil, que passaram a
embolsar menos a partir deste mês, por decisão do Tribunal de Contas da União
(TCU). Os servidores que trabalham mais de oito horas diárias, com intervalo
para o almoço, ou seis horas corridas, têm direito a receber pelo serviço
extraordinário realizado.