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CAFARNAUM

Setor de celulose na Bahia pode dobrar em cinco anos

 28/09/2012 | ECONOMIA

O setor de celulose representa 5,4% da produção industrial baiana, ocupando a sétima posição na composição da produção industrial de 2011. A expectativa, contudo, é que os investimentos feitos na área de papel e celulose nos próximos cinco anos amplie para 10,6% a participação do setor.

A projeção foi apresentada pelo secretário do Planejamento, José Sergio Gabrielli, em palestra realizada no Gran Hotel Stella Maris, durante o 18º Sinpel, evento do Sindicato da Indústria do Papel, Celulose e Papelão da Bahia.

Ao traçar um perfil da representação do papel e celulose na atividade econômica baiana, Gabrielli destacou que a produção do setor de celulose, no último mês de julho, cresceu 15,3% em relação ao mês anterior. No acumulado do ano (janeiro a junho) o crescimento foi de 2,7%., sendo que em 2011 houve uma queda de -1,1%.

Apesar da expectativa positiva para o setor, o secretário ponderou aspectos que precisam ser levados em consideração pelo poder público. A

pós observar que a produção está concentrada nas regiões Sul e Extremo Sul do estado, notadamente na Costa do Descobrimento e Costa das Baleias, o secretário elencou dimensões que merecem maior atenção.

Um deles é a logística e infraestrutura essenciais para o escoamento da produção, atualmente sendo prevalente o modal rodoviário. “É necessário criar condições de logística para levar para o interior da Bahia”, destacou Gabrielli, acrescentando que no setor predomina a exportação, sendo beneficiado quando o Porto Sul começar a operar.

Apesar do setor exigir investimentos em logística e infraestrutura, em contrapartida, destacou o secretário, a natureza da atividade quase não gera receita para o Estado porque não há recolhimento de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), principal fonte tributária da Bahia.

Outra fragilidade apontada pelo secretário é que a atividade agroflorestal, de florestas homogêneas (principalmente eucalipto e pinho), tem reflexos no meio ambiente, no zoneamento ecológico e no manejo. “Do ponto de vista do governo estadual, é preciso pensar os efeitos, de forma a não permitir o impacto ambiental, mas sem prejudicar os investimentos e o desenvolvimento do setor”, defendeu Gabrielli.