PREFEITURA MUNICIPAL DE
GUAJERU

História

História[editar | editar código-fonte]

Etimologia

O nome Guajeru é de origem indígena Tupi-guarani, língua falada pelos primitivos habitantes do litoral brasileiro. Segundo o estudioso Antonio Houaiss, provém do vocábulo ïwayu'ru, denominação dada pelos indígenas. O termo Guajeru também é comumente utilizado para designar plantas da família das rosáceas (Chrysobalanus icaco). Pequenas árvores de regiões tropicais da América e da África com flores em racemos e pequenos frutos comestíveis. O topônimo Guajeru foi adotado em 5 de fevereiro de 1944, por ocasião da reforma toponímica nacional, em substituição a Santa Rosa do Panasco, o antigo nome do distrito que pertencia ao município de Condeúba.

As origens históricas do município de Guajeru remontam ao período de exploração e povoamento do “Alto Sertão da Serra Geral da Bahia” iniciando em fins do século18, quando o Rei de Portugal concedeu ao nobre Antônio Guedes de Brito, uma “sesmaria” no Alto Sertão, dando ao mesmo poder para explorar as terras a procura de ouro e de outros metais preciosos e dar início à criação de gado na região. Aliás, todas as terras do sertão baiano foram doadas a duas famílias da mais alta fidalguia portuguesa: Os Garcia d’Ávila (proprietários da Casa da Torre) e os Guedes de Brito.

Ambas encarregaram-se de introduzir a pecuária na região com a criação extensiva do gado vacum, desse modo, a procura por pastagens fez com que o sertão fosse explorado e povoado.

As terras do “Alto sertão”, onde se localiza hoje o município de Guajeru, bem como todos os municípios vizinhos, pertenciam à propriedade da família Guedes de Brito, e, antes da chegada dos portugueses à região, os habitantes nativos eram índios de diversas tribos: Mongoiós, Pataxós e Ymborés (denominados Botocudos pelos portugueses).

O povoamento da região do atual município de Guajeru está diretamente ligado à exploração das minas do Rio de Contas, iniciada em meados do século18. Com a descoberta de ouro na Chapada Diamantina um enorme fluxo populacional deslocou-se da região das Minas Novas (Norte de Minas Gerais) e de Goiás para o Alto Sertão baiano, muitas pessoas que vieram a procura de riqueza fixaram morada e permaneceram na região o que deu origem à fazendas e povoados. Além disso, a região do atual município de Guajeru no século XVIII era caminho de passagem de viajantes e tropeiros que se deslocavam das Minas Novas, Norte de Minas Gerais, para a região de Rio de Contas.

O povoado de Santa Rosa (atual município de Guajeru) provavelmente se formou no início do século19, documentos atestam que este já existia quando o povoado de Santo Antônio da Barra (hoje Condeúba) foi elevado a categoria de vila em 1860; os primeiros moradores fixaram-se no local quando a região ainda pertencia à vila de Caetité. Os arquivos do Cartório de Registro Civil de Guajeru atestam que desde as primeiras décadas do século, 19 havia várias famílias morando em fazendas que atualmente fazem parte do município Há registros de nascimento, de óbitos e de propriedades agrícolas pertencentes a elas. As povoações mais antigas foram erguidas em áreas que atualmente compreende a zona rural, dentre essas merece destaque Curraes Velhos, o lugarejo é citado nos documentos mais antigos e segundo consta, na segunda metade do século XIX já era um próspero povoado.

Pela Resolução nº 1.411 de 7 de Maio de 1874 do Conselho Provincial foram criados mais dois distritos de paz para a vila de Santo Antônio da Barra: Um na subdelegacia de S. Gonçalo das Lages e outro na subdelegacia dos Curraes Velhos, com a denominação de Santa Rosa e Curraes Velhos. Após a Proclamação da República, o Conselho Municipal de Santo Antônio da Barra assinou Decreto lei nº 4 de 16 de fevereiro de 1893, nomeando Santa Rosa como quarto distrito, com esse decreto Curraes Velho perdeu status e passou a ser simples povoado, quanto ao Arraial de Santa Rosa o mesmo foi elevado e tornou-se o único distrito de paz da região, sendo que Curraes Velhos passou a partir daquela data a estar submetido a ele. O atual município de Condeúba nessa época possuía os seguintes distritos: 1º a sede compreendendo o Candeal; 2º São João do Alípio; 3º São Filipe; 4º Santa Rosa.

Os limites do distrito de Santa Rosa foram estabelecidos pela Lei nº 94 de 18 de maio de 1923 do Conselho Municipal de Condeúba, confirmada por lei estadual assinada pelo governador José Joaquim Seabra – Lei nº 1.711, de 10 de Julho de 1924. São esses os limites: Do Morro de São domingos, pelo convênio de limites deste município com o de Jacaraci, até a Lagoa do Morro; dali pelo convênio de limites deste município com o de Caculé até o Morro Alto, dali pelo convênio de limites ainda deste município com o de Bom Jesus dos Meiras (atual Brumado) até a casa da fazenda Sant’Ana, dali pela estrada real que passa pelo jardim até o lugar denominado “Gerema”, deste ponto pelos altos da serra da “Gerema” até a passagem do “Riachão”, e dali rumo direto ao ponto de partida.

A povoação que deu origem a atual município se formou a beira da estrada por onde passavam viajantes e aventureiros que partiam do Norte de Minas Gerais em direção a Chapada Diamantina. As primeiras edificações foram erguidas no lugar que a população atual denomina “Rua velha”. Em 1875, moradores da fazenda Posse com o apoio da família Porto, uma antiga família que residia no povoado, deram início à construção de uma capela no planalto próximo às residências. Com o tempo, várias construções foram feitas ao redor da capela e duas ruas começaram a se formar. A antiga povoação foi abandonada e um novo povoado começou a se formar ao lado da Igreja.

O estudioso Nestor Evangelista de Carvalho na obra “Breve Noticia do Município de Condeúba” afirma que a ideia de se transferir o povoado para o planalto onde está erguida o atual município partiu dos antigos moradores Estanislau Ferreira Porto e Jesuíno Pereira de Souza. Estes fizeram uma petição ao Conselho Municipal que nomeou uma comissão para aprovar a mudança. As primeiras casas foram construídas por Estanislau Porto, Jesuíno Pereira de Souza e Clemente Soares. A mudança do povoado teve início no final do século XIX, consta que na segunda década do século20 próximo a igreja já havia aproximadamente quarenta e duas residências de platibandas e cornijas, um mercado público e um edifício municipal.

Por volta de 1920 o distrito de Santa Rosa já alcançava razoável progresso, a cultura mais desenvolvida era o algodão e existia já no mesmo diversos estabelecimentos comerciais.

O povoado que deu origem ao atual município de Guajeru ganhou importância e tornou-se próspero a partir de 1874 quando foi elevado a quarto distrito de Santo Antônio da Barra com a denominação de Santa Rosa dos Curraes Velhos. O topônimo Panasco não consta em nenhum documento antigo, entretanto, relatos orais garantem que este termo era utilizado para designar o arraial situado a 48 km da sede do município. Ao que parece, Panasco era uma denominação popular não reconhecida pelos órgãos oficiais. Os documentos do final do século XIX que fazem referência ao distrito o chamam de “Arraial de Santa Rosa” ou simplesmente Santa Rosa.

Em meados do século XIX havia na região do atual município de Guajeru inúmeras fazendas e povoados. Os arquivos do cartório indicam que as povoações mais prósperas nesse período eram: Curraes Velhos, Congonha, Mucambo, Lagoa do Badico, Posse, Periperi, Lagoa do Canto, Santo Antônio (antiga povoação às margens do Rio do Antônio) Batalha, Lagoinha, Descoberto e Gado Bravo. Entre as figuras mais ilustres que residiram no distrito de Santa Rosa nas últimas décadas do século XIX e primórdios do século XX vale citar: Manoel José de Novais, Jesuíno Pereira de Souza, Altino Pinheiro Canguçu, Ramiro José Ribeiro, Ladislau de Souza Brito, Miguel Padre e vários membros da família Porto, sendo os mais ilustres: Rodrigo Ferreira Porto (patriarca) e a esposa Luzia Maria de Jesus (matriarca), Estanislau Ferreira Porto (popularmente conhecido como Dilau Porto), Marcionillo Ferreira Porto, Martiniano Ferreira Porto, Domingos Ferreira Porto, Agnério Ferreira Porto e José Ferreira Porto (Juca Porto).

O município de Guajeru passou a figurar no cenário político em 1911, quando então o povoado de Santa Rosa do Panasco passou a fazer parte da Divisão Administrativa do Município de Condeúba, como um de seus vários distritos da época. Sua história confunde-se com a deste município, explorado, no início do século18, pelos portugueses em busca de riquezas minerais. A criação do município de Guajeru foi decretada pela Lei Estadual nº. 4402 de 25 de fevereiro de 1985 assinada pelo então governador do estado da Bahia João Durval Carneiro.

A mudança do povoado[editar | editar código-fonte]

Um dos acontecimentos mais marcantes e decisivos para o distrito de Santa Rosa foi a mudança do povoado que servia de sede, ocorrida entre os anos de 1918 a 1922.

O antigo povoado ficava distante da capela que fora construída entre 1875 e 1876, era desejo dos moradores terem suas residências mais próximas do templo, desse modo, decidiram erguer novas construções próximo a ele; de imediato, duas ruas foram formadas. Os moradores que lideraram a mudança da povoação foram os seguintes: Manoel José de Novais, Jesuíno Pereira de Souza, João Soares Malta, Estanislau Ferreira Porto e Clemente Soares. Inscrições encontradas em paredes internas de algumas casas situadas próximas à igreja indicam que elas foram edificadas em 1920. Nestor de Carvalho, na “Breve Notícia sobre o município de Condeúba”, ao referir-se à sede do distrito de Santa Rosa em 1924, diz o seguinte: “É um povoado florescente e de novas construções”. Isso indica que nessa época a sede do distrito estava em pleno crescimento, muitas construções estavam sendo edificadas e a cidade se formando com residências e estabelecimentos comerciais.

Expansão econômica[editar | editar código-fonte]

Durante muitos anos, várias famílias viveram neste lugar, trabalhavam na agricultura e na criação de animais, principalmente de gadogalinha e cabra. Relacionavam-se com os povoados vizinhos e viviam com costumes sertanejos, herdados dos índios. Nos povoados vizinhos, que hoje é a zona rural do município, a maneira de viver era a mesma, mas ambos enfrentaram um grande problema: A seca. Essa rotina pode ter durado muito tempo, e em porções menores e resistentes até hoje, é verdade que o progresso e a maneira de viver do povo tenha mudado muito, mas mesmo assim conservam-se muitos dos primeiros habitsntes.


fonte https://pt.wikipedia.org/wiki/Guajeru