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Dilma anuncia corte em tarifas de energia e promete retomada do crescimento

 11/09/2012 | ECONOMIA

A presidente Dilma Rousseff aproveitou seu pronunciamento para o 7 de Setembro para anunciar uma "forte" redução das tarifas de energia elétrica, além de prometer uma retomada do crescimento da economia no próximo ano e de defender o modelo de concessões adotado por seu governo.

Em pronunciamento em rede nacional, Dilma anunciou uma redução média de 16,2 por cento nas tarifas de energia pagas pelo consumidor residencial, e até 28 por cento de redução para o setor produtivo.

Sem dar mais detalhes, a presidente afirmou que as mudanças entrarão em vigor no início do próximo ano e que serão formalmente anunciadas na próxima terça-feira.

"Vou ter o prazer de anunciar a mais forte redução que se tem notícia nesse país nas tarifas de energia elétrica das indústrias e dos consumidores domésticos", afirmou.

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, já havia anunciado, em julho, a intenção do governo de eliminar encargos que incidem sobre o setor. A redução das contas, além de colaborar para reduzir as pressões inflacionárias, ajuda a aumentar a competitividade da indústria.

A renovação das concessões que vencem a partir de 2015 também deve ajudar na diminuição das tarifas, uma vez que o governo condicionará a prorrogação ao fim do repasse, nas tarifas, dos custos relativos a investimentos já amortizados.

A decisão do governo foi elogiada pelo setor produtivo.

Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a redução da tarifa de energia elétrica "é um passo importante para diminuir o custo Brasil, aumentar a competitividade da indústria e favorecer o crescimento da economia brasileira".

A Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace) classificou a decisão de "histórica".

"A expectativa é de que, na média, a indústria passe a pagar 20 por cento menos pela energia elétrica. Se essa redução se concretizar, com base nas medidas que serão detalhadas na próxima terça-feira pelo governo federal, o Brasil deixaria o topo do ranking das energias mais caras do mundo", disse a entidade em nota.

Para Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, a medida vem no "momento certo". "Mas... temos que lembrar que a energia é somente uma parte do custo de se fazer negócios no Brasil", disse.

ARRANCADA

Em seu pronunciamento, Dilma aproveitou ainda para comemorar feitos de seu governo, como a retirada de 40 milhões de brasileiros da pobreza, Ela afirmou que o país se prepara para dar um "salto" de crescimento.

"Não se surpreendam que essa nova arrancada se dê num mesmo momento em que o mundo se debate em um mar de incertezas", disse a presidente, creditando o crescimento dos últimos anos a um modelo de desenvolvimento baseado em estabilidade, no equilíbrio fiscal e na distribuição de renda.

"Como a maioria dos países, tivemos uma redução temporária no índice de crescimento. Mas já temos as condições objetivas agora, para iniciar este novo e decisivo salto cujos primeiros efeitos já serão percebidos no próximo ano e que vão se ampliar fortemente nos anos seguintes", prometeu.

Em pouco mais de 11 minutos de pronunciamento, a presidente aproveitou para defender o modelo de concessões adotado por seu governo, referindo-se principalmente ao recente lançamento da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), que terá a função de cuidar do projeto integrado na área de logística.

No mês passado, o governo federal lançou um pacote de concessões de ferrovias e rodovias que prevê investimentos de 133 bilhões de reais ao longo de 25 anos.

Ela aproveitou também para atacar o que chamou de "privatizações" do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso

"Ao contrário do antigo e questionável modelo de privatização de ferrovias, que torrou o patrimônio público para pagar dívida e ainda terminou por gerar monopólios, privilégios, frete elevado e baixa eficiência, o nosso sistema de concessão vai reforçar o poder regulador do Estado."

Na segunda-feira, Dilma divulgou nota rebatendo críticas de FHC, que havia classificado como "pesada" a herança recebida por ela após "estilo bombástico" de governar do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A presidente defendeu Lula, chamando-o de "exemplo de estadista".

Dilma ainda comemorou a queda nas taxas reais de juros, aproveitando para pedir novamente uma queda nas taxas cobradas pelos bancos e administradoras de cartão de crédito.

 

"Bancos, as financeiras, e de forma muito especial os cartões de crédito podem reduzir ainda mais as taxas cobradas ao consumidor final, diminuindo para níveis civilizados seus ganhos", afirmou.