Dados divulgados nesta terça-feira (13) pela Coordenação Estadual de Defesa Civil (CORDEC) informam que, dos 417 municípios baianos, 259 encontram-se em situação de emergência por conta da seca que atinge o estado. De acordo com o órgão, somente neste ano, 2.957.485 habitantes foram afetados. Outros 15 decretaram emergência por conta de incêndios.
Após encontro com governadores e representantes dos estados da região na última sexta-feira (9), a presidente Dilma Rousseff anunciou o investimento a partir deste ano, de R$ 1,8 bilhão para aumentar o fornecimento de água no Nordeste e no norte de Minas Gerais. Segundo o Ministério da Integração, serão 77 obras nos dez estados contemplados, para construção ou ampliação de adutoras, barragens e sistemas simplificados de abastecimento.
Centenas de peixes foram encontrados mortos na Lagoa de Paramirim, situada na cidade de Paramirim, localizada a cerca de 742 km de Salvador. As mortes acontecem desde a semana passada na região. A cidade passa por situação de emergência ocasionada por conta da seca que afeta a região desde 2008 e de acordo com informações do prefeito do município, Júlio Bernardo Bitencourt, a seca é o motivo da mortandade dos animais."Os peixes sofrem porque a lagoa é abastecida quase que em sua totalidade por um riacho, que está vazio por causa da seca. Neste ano as chuvas foram escassas e a lagoa secou. Os peixes morreram por falta de água e oxigenação", afirmou o gestor.
Em entrevista ao G1 o prefeito contou que a lagoa fica localizada na sede do município, em uma área utilizada pela população para prática de exercícios e lazer. "A população ficou bastante assustada com a quantidade de peixes, além de ficar descontente com o cheiro causado pela morte dos animais", disse. Ele informou ainda que a prefeitura vem fazendo o aterramento dos bichos. "Estamos removendo os peixes mortos e fazendo um aterramento. O único meio para poder salvar a lagoa é através da água da chuva", disse.
De acordo com informações de Bitencourt, a Barragem do Zabumbão, localizada na região, está apenas com água para alimentar o consumo humano no municípios, em mais 60 comunidades rural e nas cidades de Tanque Novo, Caturama e Botuporã. "Não podemos desviar a água utilizada para o recurso humano para enchermos a lagoa", relatou.
Incêndio
Já passa de 60 o número de municípios atingidos por focos de incêndio na Bahia, segundo estimativa do Governo do Estado. Uma das áreas mais afetadas pelo fogo é a Chapada Diamantina. Municípios do oeste do estado, como Barreiras, também estão prejudicados.
Os focos são mais intensos nos municípios de Andarái, Mucugê, Ibicoara e Itaetê, todos do Parque Nacional da Chapada. Na região de Piatã, em Serra de Santana, o fogo se aproxima das casas.
A baixa umidade do ar, clima seco e queimadas ilegais aumentam os focos, principalmente, entre os meses de agosto a dezembro, avalia o governo estadual. A falta de chuva tem provocado os focos inclusive no Parque Nacional da Chapada, e em Unidades de Conservação do Estado.
Sobrevoo
O secretário estadual de Meio Ambiente, Eugênio Splenger, esteve na sexta-feira (2), em Lençóis, na Chapada Diamantina, para fazer uma avaliação dos estragos. Segundo o secretário, a chuva que começou a cair na Chapada na quinta-feira (1º) ajudou a diminuir o fogo. Mas a situação ainda é considerada crítica porque os focos surgiram há mais de dois meses e a situação se intensificou há cerca de 10 dias.
O trabalho de combate ao fogo em toda a Bahia, segundo o Governo do Estado, envolve 550 brigadistas voluntários, 58 homens do Corpo de Bombeiros, dez técnicos do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e seis policiais militares da Companhia Independente de Polícia de Proteção Ambiental (Cippa), além do apoio do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Na visita feita a Lençóis, o secretário esteve acompanhado de representantes do Comando da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Coordenação de Defesa Civil do Estado. Spengler se reuniu durante a manhã com representantes de entidades e brigadas de incêndio locais. À tarde, a comitiva sobrevoou áreas da região para avaliar a situação e detectar os focos de incêndio. Ainda não há informações oficiais sobre o impacto dos incêndios na natureza.