PREFEITURA MUNICIPAL DE
MORRO DO CHAPÉU

Seca em Guanambi, no sudoeste da BA, é a pior dos últimos 40 anos

 09/07/2012 | UTILIDADE PÚBLICA

A seca deixa a situação crítica na cidade de Guanambi, no sudoeste da Bahia. A estiagem prolongada já é considerada uma das piores dos últimos 40 anos. Os sinais da seca estão por todos os lados, as lavouras de milho, feijão, sorgo estão perdidas. Os rebanhos sofrem sem pasto e comida e o cultivo da palma ainda é a única solução para quem sobrevive da agricultura no local.

Guanambi é um dos 238 municípios baianos que estão em situação de emrgência devido a seca. A Empresa Baiana de Água e Saneamento (Embasa) adotou o racionamento de água na cidade e o abastecimento é feito um dia sim, dois dias não. Mas os grandes reflexos da seca estão na zona rural do município. A área de uma das três barragens que abasteciam a região da comunidade de Enxu, agora é marcada pelo chão ressecado. "No ano passado, até o mês de agosto, ela [a barragem] tinha uma aguinha pouca. Esse ano [2012], ela [a barragem] já não pegou água de jeito nenhum", afirma a professora Elizete Araújo, que mora na região.

O gado se alimenta em um pasto seco. Sem água no local, falta o verde que era característico na cidade. Nas plantações, um grande prejuízo. O produtor rural Osias Teixeira, perdeu a maior parte do algodão que plantou. "Aqui foi bem fraco mesmo [de plantação] por falta da chuva, porque não choveu mesmo. A gente não conseguiu panhar [colher] nada de algodão esse ano. Foram 20 a 25 arrobas por hectare. O normal é de 150, 180 hectare quando chove bem", disse o produtor rural. 

O engenheiro agrônomo Harley Fagundes, da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), explica que outras plantações também não vingaram na região. "Aqui [Guanambi] todas as culturas agrícolas perderam, umas mais outras menos. O algodão teve uma perda de mais de 70%, milho teve de 100%, o sorgo, que é muito útil para o produtor para a ração animal, perdeu mais de 70%, o feijão perdeu mais 90%, e as pastagens também degradaram. É muito preocupante porque nós ainda temos vários meses de seca pela fremte", afirma.

Os produtores da região têm cultivado a palma como alternativa em período de seca. "É o único tipo de vegetal que resiste a seca. Ela é bem resistente a esse período de seca porque acumula água durante o período de chuva e fica armazenada durante esse período de estiagem", diz Carlos Teixeira, produtor rural.

"Nós temos um programa da palma que vai ser introduzido aqui [Guanambi], de uma palma miúda, que é resistente a algumas pragas. Será introduzido aqui e repassado aos produtores porque nós acreditamos que uma das melhores estratégias que pode ter para conviver com a seca é a implantação de palma", afirma o engenheiro agrônomo Harley Fagundes.

Um posto artesiano que abastece a comunidade de Enxu há 22 anos. Ele era usado apenas para consumo humano, mas com a seca das barragens hoje tem que suprir também o consumo animal. "É muito complicado. Estamos no início da seca, porque antes aqui chovia até o início de abril e esse ano não choveu", diz a lavradora Ildete Fraga.