O último
balanço da Petrobras indica que a companhia terá um desafio ainda maior para
equacionar suas finanças nos próximos meses. A disponibilidade de caixa da
empresa despencou de R$ 72,7 bilhões ao fim do segundo trimestre para R$ 57,8
bilhões no resultado divulgado na sexta-feira (25). Só o pagamento de bônus de
R$ 6 bilhões pelo campo de Libra consumiria cerca de 10% dos recursos da
petroleira. O pagamento do bônus é mais um fator de pressão que se soma à
defasagem nos preços dos combustíveis, ao pesado plano de investimentos e à
maior alavancagem da empresa. “Esses números mostram que a Petrobras terá muita
dificuldade em fechar suas contas no ano que vem. O resultado ruim complica
novas captações. Sem falar que 2014 é um ano eleitoral e a empresa não terá
aval do governo para aumentar o preço da gasolina", prevê Adriano Pires,
diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE). Segundo a Agência
Estado, no terceiro trimestre, o endividamento da Petrobras cresceu em relação
a seu patrimônio líquido (alavancagem) e ficou em 36%. O porcentual extrapola o
limite de 35% estabelecido como aceitável pela diretoria da empresa e, junto
com a rápida deterioração do caixa, pode pesar negativamente na avaliação das
agências de classificação de risco.