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IRECÊ

Programa de alimentação escolar baiano é modelo para 38 países

 23/05/2013 | UTILIDADE PÚBLICA

O modelo de integração entre os programas estaduais de merenda escolar e da agricultura familiar está sendo apresentado para mais de 300 representantes de 38 países da América Latina, África e Ásia, durante o Fórum Global de Nutrição Infantil. A 15ª edição do evento está sendo realizada, na Costa do Sauípe, município de Mata de São João, até sexta-feira (24), pela Fundação Global para a Nutrição Infantil. Na quinta, 250 representantes de países participantes do fórum visitarão escolas, cooperativas e propriedades na área rural.



É a primeira vez que o Brasil sedia o Fórum, aberto nesta segunda-feira (20), com a participação do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, do governador Jaques Wagner, dos secretários estaduais de Relações Internacionais, Fernando Schmidt, e do Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, Moema Gramacho, e o embaixador Fernando Abreu, diretor da Agência Brasileira de Cooperação do Ministério das Relações Exteriores.



“Para nós é motivo de muito orgulho que um fórum desta dimensão social seja realizado no estado. Somos a cidade (Salvador) mais africana fora da África. Então, é um cumprimento muito especial para os amigos africanos que, na Bahia, devem se sentir em casa”, disse o governador.



Segundo ele, a Bahia é o estado com maior população rural do país, com 650 mil famílias vivendo da agricultura familiar. “Na Bahia, pelo menos 30% do investimento em merenda escolar é feito junto à agricultura familiar, melhorando a qualidade dos alimentos e dando sustentabilidade ao pequeno agricultor”, contabilizou.



Wagner afirmou que atualmente, na Bahia, 25 cooperativas de produtores familiares fornecem merenda escolar e outras 150 estão sendo preparadas para comercializar os produtos para o Estado. De acordo com ele, o investimento em alimentação escolar, em 2006, era de R$ 26 milhões. “No ano passado, investimos R$ 84 milhões e o orçamento para este ano é de R$ 106 milhões”.



Visitas a quatro comunidades baianas - O diretor do Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas, Daniel Balaban, informou que os representantes dos países vão discutir, durante o evento, os melhores caminhos e experiências e como concretizar a criação de programas de alimentação para as crianças nas escolas, tendo por base a experiência baiana.



“Organizamos quatro visitas a comunidades diferentes da Bahia, que têm experiência na área de agricultura familiar ligada à alimentação escolar. Eles vão ver como são produzidos os alimentos pelos agricultores - negociados pelas cooperativas - e chegam às escolas”, disse Balaban.



O diretor destacou que os visitantes terão oportunidade de almoçar em algumas escolas, conversar com as crianças e ver como os alunos se alimentam no estado, que é um exemplo de alimentação saudável nas escolas. “Como a Bahia é o mais africano dos estados brasileiros, e a maioria dos países aqui representados é africana, eles têm que se sentir em casa e saber que é possível fazer”.



Destaque no combate ao analfabetismo - O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, avalia que “o Governo da Bahia tem atenção especial com a alimentação das crianças, servindo, em todas as escolas, refeições balanceadas e com qualidade nutritiva, sendo que os alunos das escolas de tempo integral recebem três refeições por dia. Isso ajuda no desenvolvimento pleno das crianças”.



Segundo ele, o fórum está sendo realizado no Brasil porque a experiência nacional se destaca entre as melhores avaliações no mundo, na questão da alimentação escolar. “Nós servimos hoje 130 milhões de refeições por dia, um exemplo de qualidade, gestão e controle. A Bahia é o que há de melhor nesta experiência que o Brasil apresenta”.



Para o ministro, a Bahia tem feito esforço também no combate ao analfabetismo, conseguindo tirar mais de um milhão de pessoas desta condição. “Temos ampliado aqui nossas universidades, o estado vai ganhar mais duas universidades federais, estamos expandindo os institutos tecnológicos federais e vamos criar um instituto específico para cuidar da relação Brasil-África”, enumerou.



O governo federal está impulsionando a formação tecnológica e profissional na Bahia, segundo Mercadante, por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). “Temos ainda avançado muito, em parceria com o Governo do Estado, na implantação de escolas em tempo integral e de creches, e estamos melhorando com isto as condições da educação”.